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Mulheres Protestam por Mais Segurança no Parque Olhos D’Água, em Brasília, Após Tentativa de Estupro

No último final de semana, coletivos de mulheres do Distrito Federal organizaram mobilizações no Parque Olhos D’Água, em Brasília, para protestar contra a falta de segurança no local, após uma tentativa de estupro de uma mulher que caminhava na área no dia 6 de dezembro. As manifestações aconteceram no sábado (14) e no domingo (15), com o objetivo de chamar atenção para a violência contra as mulheres e a necessidade urgente de medidas de segurança eficazes em espaços públicos da cidade.

A ação do sábado, chamada “Mulheres sem Medo”, concentrou-se na entrada principal do parque, na Asa Norte, com a participação de ativistas, moradores da região, frequentadoras do parque e representantes de movimentos como o Coletivo Filhas da Mãe, o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) e o deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF). Durante o ato, as manifestantes foram impedidas de entrar com faixas e cartazes, mas reafirmaram suas reivindicações de maior segurança para as mulheres no Distrito Federal. Cartazes com as mensagens “Queremos mulheres sem medo”, “Por mais segurança para as mulheres do DF” e “Não é um caso isolado” foram fixados ao redor do parque.

O Parque Olhos D’Água, criado em 1993, oferece diversas atividades culturais e recreativas, como rodas de choro, yoga e aulas de capoeira, mas a falta de vigilância motorizada no local tem sido uma preocupação constante entre os frequentadores. Madalena Rodrigues, ativista e frequentadora do parque, destacou que há mais de um ano se fala sobre a necessidade de vigilância no local, mas até agora nenhuma medida foi efetivada.

O deputado Gabriel Magno criticou a falta de investimento em segurança no Distrito Federal, afirmando que casos como esse, em áreas de lazer, são um reflexo de um problema maior de negligência com a segurança das mulheres e a infraestrutura pública. “Falta investimento em segurança especializada, em iluminação pública, e em campanhas de combate à violência contra as mulheres”, afirmou.

A manifestação de domingo, intitulada “Capoeiragem e Roda de Conversa pela Segurança das Mulheres em Todos os Lugares”, foi uma ação organizada por coletivos de capoeira, como Nzinga, Beribazu e Formigueiro, que utilizaram a capoeira como uma forma de protesto e também de conscientização. Cartazes com mensagens como “A vida das mulheres importa” e “O corpo das mulheres não é objeto para uso” foram expostos, e a atividade contou com rodas de capoeira, música e oficinas de cartazes, com a participação de mulheres de todas as idades.

Para as organizadoras, a intenção foi usar a capoeira como uma ferramenta de empoderamento, unindo mulheres para fortalecer a luta por segurança, não só no Parque Olhos D’Água, mas em todos os espaços públicos do DF. Camila Tenório, ativista do movimento feminista, e Rita Freire, do Coletivo de Bordadeiras Linhas da Resistência, reforçaram a importância da união dos grupos de mulheres para o enfrentamento à violência de gênero e o direito à cidade.

Kharin Teixeira, moradora e frequentadora do parque, ressaltou a importância de transformar o ocorrido em uma oportunidade para refletir sobre o papel das mulheres em espaços públicos e a necessidade de garantir o direito ao acesso seguro à cultura e ao lazer.

Os dados de violência no Brasil, especialmente contra mulheres, são alarmantes. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 apontou 74.930 casos de estupro no país, sendo a maioria das vítimas mulheres. No Distrito Federal, houve 322 estupros e 574 estupros de vulnerável, com um aumento de 8,9% em comparação ao ano anterior.

Cosette Castro, do Coletivo Filhas da Mãe, afirmou que as mulheres vivem em uma “sociedade da violência” e que é essencial continuar a luta contra todas as formas de violência, assédio e preconceito. “Temos de sair da sociedade da violência, falar todos os dias, dessa violência que atinge as mulheres”, concluiu.

As manifestações no Parque Olhos D’Água refletem uma crescente mobilização por mais segurança, respeito e igualdade para as mulheres no Distrito Federal, com o objetivo de garantir que todas possam frequentar espaços públicos sem medo.

Para mais informações siga: @dicasnolagonorte

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