Com o falecimento do pontífice nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica inicia oficialmente o período de sede vacante, em que a liderança da Santa Sé permanece vaga até a escolha de um novo papa. O processo de sucessão será conduzido pelo Colégio de Cardeais, que se reunirá no Vaticano para dar início ao conclave — tradicional cerimônia de votação secreta que define o novo líder da Igreja.
De acordo com os protocolos estabelecidos pelo Vaticano, o conclave deve ser iniciado entre 15 e 20 dias após a morte do papa, permitindo tempo hábil para os preparativos logísticos e a chegada dos cardeais eleitores de todas as partes do mundo. Com isso, a eleição poderá ocorrer entre os dias 6 e 11 de maio.
Como funciona o conclave
O conclave acontece na Capela Sistina, um dos locais mais emblemáticos do Vaticano, e conta com a participação de até 135 cardeais com menos de 80 anos, considerados aptos a votar. Durante todo o processo, os cardeais ficam isolados, sem acesso a meios de comunicação externos, para garantir a confidencialidade e evitar qualquer tipo de influência externa.
Para que um cardeal seja eleito papa, é necessário obter dois terços dos votos. No primeiro dia da votação, os cardeais escrevem em cédulas de papel o nome do candidato de sua escolha. Caso nenhum candidato alcance o número mínimo de votos, novas votações são realizadas ao longo dos dias seguintes.
Se após três dias de votação — com até quatro escrutínios — não houver consenso, o processo é suspenso por um dia para reflexão e orações. Após essa pausa, os cardeais retomam as votações, que podem ocorrer em blocos de até sete rodadas. Esse ciclo pode ser repetido até três vezes. Persistindo o impasse, os dois candidatos mais votados nas rodadas anteriores são submetidos a uma votação final, da qual só participam os eleitores — os próprios candidatos não podem votar nessa etapa.
Sinal ao mundo
Ao final de cada sessão de votos, as cédulas são queimadas em um forno instalado na Capela Sistina. A fumaça gerada pela queima das cédulas é lançada por uma chaminé visível ao público na Praça de São Pedro. A cor da fumaça indica o resultado: fumaça preta significa que nenhum nome foi escolhido, enquanto a fumaça branca anuncia ao mundo que um novo papa foi eleito.
Após a eleição, o cardeal escolhido é questionado se aceita a nomeação. Ao aceitar, ele escolhe um novo nome papal e se torna oficialmente o novo líder da Igreja Católica. Em seguida, o cardeal protodiácono anuncia ao público a tradicional frase “Habemus Papam”, seguida do nome do novo pontífice.
Expectativas e contexto
O próximo papa herdará uma Igreja com diversos desafios, incluindo tensões geopolíticas, crises humanitárias, debates internos sobre temas doutrinários e questões relacionadas à modernização e transparência da instituição. Além disso, há expectativa sobre qual linha teológica e pastoral será seguida: se o novo pontífice manterá o tom reformista e inclusivo dos últimos anos ou adotará uma postura mais conservadora.
Enquanto isso, a Igreja Católica e milhões de fiéis em todo o mundo acompanham com atenção o desenrolar desse momento histórico, marcado pela despedida de um papa e pela expectativa sobre o novo sucessor de São Pedro.
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